segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Um beijo de fumaça.

Eu devia começar pelo fim, mas assim como iniciar, não sei também finalizar.
Minha visão vermelha, o quadro estava verde, e acreditem: o mundo lá fora nunca esteve tão distante.
Uma balsa! O oceano, a solidão a dois! Um caranguejo celular. Azulejos, vasos de flores, andando na mesma velocidade. Fresno, e até Tereza. Contáveis vezes. E contáveis as vezes que foram contáveis! Transparencia, e, escuridão, juntas! Segurança, e medo. Os opostos, o tempo todo voando em volta da minha cabeça. Horas que pareciam minutos, e minutos que pareciam horas. O dia não iria acabar nunca! Mas de forma gostosa, não de forma maldosa e do tipo que castiga. Sono.. Aquilo era sono? Flashs! A escuridão volta, mas só estava dentro dos meus olhos, e lá fora, já estava ficando claro novamente. O eu dentro de mim, que eu nunca tinha visto. Um novo personagem! Um que eu nem imaginava existir, que não cabe em nenhum "tipo" já registrado. Eu era mais alta, minha voz rouca, meu sorriso mais seguro, e até salto eu estava usando, assim era o personagem encontrado!
Que bom dia, não?! Coragem. O pensamento que sempre procuro, na ponta da minha língua e encaixado perfeitamente em mim, e nas minhas mãos. Agora sim, tudo claro mesmo. Antes de eu ver o sol como vejo todos os dias, o vi laranjado! Como só vejo quando acordo muito cedo, mas ele nunca poderia ser compartilhado e absorvido como eu achava que devia ser. Ficou pra mim! Felicidade, a dor foi embora? Eu esperava que ela tivesse ido. As minhas estavam longes, assim como tudo estava! Longe, tão longe. Nem se eu ficasse na ponta dos pés e esticasse o meu braço e dedos da mão ao máximo conseguiria tocar alguma coisa a não ser o que estava na minha frente. Prazer, Mariana! Eu te vejo daqui a pouco? "Não quero parar de enxergar (lembrando a diferença de ver, olhar e enxergar) isso nunca mais!" Pensei comigo.
Entrei! Olha só esse mundo. Que ar fresco! Essa rede laranjada que passei o resto da minha manhã me lembrou o meu sol.
Eu achava que já tinha voltado, mas eu ainda não tinha trocado de personagem! Deitei, confortavelmente, e exerci o sorriso que havia encontrado junto com o novo pedaço de mim. Agora sim eu dormi. Eu estava sozinha, mas ninguém se calava dentro de mim, eu até pude acreditar que do lado de fora do meu corpo também não paravam de falar.. Mas agora era só eu.
Será que eu poderia abrir aquela porta de novo? Mais tarde, eu pude!
A porta permanece aberta, eu não quero sair daqui. Mas quero avisar que todas as minhas portas estão fechadas! Com tantas outras portas dentro de uma porta só, não preciso abrir as minhas pra que visitantes se enganem e tentem me enganar... Até porque não cabe mais nada. E claro, porque eu não quero permitir. Já sobra! Sobra e falta. Não tem espaço pra ninguém que não tenha a chave da mulher de salto que encontrei.