quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Não

sem palavras. Sem muitas palavras, mesmo, de verdade.
Inconformada, levemente chocada e triste.
Primeiro, aceito o sistema opressor e viro mais um soldado de chumbo: vida de merda com doses baratas de felicidade aos finais de semana (e olhe lá!). Depois, sou obrigada - sim, obrigada! - a aceitar o machismo e viver mais uma vida de merda com doses de felicidade escorregadias.
Tão triste! Ainda segurando o choro. Ainda tentando me abraçar! Me esforçando para fazer companhia para mim mesma.
Fui corrompida por esses selvagens e assassinos quando ainda refletia uma luz branca.  Aconteceu que parte de mim se adequou a essa vida (vivendo) e agora me vejo vendo igualdade em todos, e isso é horrível. Cresci esperando outra coisa! AINDA TÃO TRISTE.

Todos estes malditos seres são iguais e eu não tenho pra onde fugir! Eu só posso escolher de qual vou ouvir a mesma história sempre. E o pior de tudo é ter que sorrir depois... demonstrando conformidade, submissão. Aceitei. Pensei: deixe que me matem! Uma hora a dor se torna comum e paro de sentir.

Ele me disse que todas as maçãs são iguais, mas eu ainda sonhava com um cavalo branco. Doeu ver que ele tinha razão! Eu não queria ter que aceitar! Mas, mais uma vez me deixo levar, corrompo quem sou. Me assusto ao ver o espelho dentro do chapéu na frente da sala - por medo de mostrar que aceitei, mas não queria isso. Tão oprimida que não tenho coragem (e nem forças) para gritar: - Eu queria que fosse diferente!
Fico lá, aqui, aceitando, me cegando, fechando os olhos, me jogando no abismo, aceitando propostas suicidas de vida, afinal, quais são minhas opções?! A vida é assim.

Odeio vocês e só os aceito porque me trancaram nessa jaula.

Atenciosamente,
mais uma vítima da merda que vocês são.